Escolher entre oferecer vale-refeição ou implantar um refeitório terceirizado é uma dúvida frequente para muitos profissionais de RH, especialmente em empresas industriais da Grande São Paulo e ABC Paulista.
Ambas as alternativas fazem parte dos benefícios corporativos de alimentação, mas qual delas atende melhor às necessidades da sua organização e dos colaboradores?
Neste artigo, vamos comparar vale-refeição ou refeitório terceirizado de forma abrangente em diversos aspectos importantes:
- Custo direto por colaborador
- Impacto na saúde e produtividade
- Controle de qualidade alimentar
- Incentivos fiscais via PAT
- Implicações logísticas e de tempo
- Compliance legal
O objetivo é ajudar você, colega de RH, a tomar uma decisão informada, garantindo que os funcionários estejam bem alimentados, saudáveis e satisfeitos, enquanto a empresa otimiza recursos e cumpre suas obrigações. Vamos conferir cada ponto com detalhes e exemplos práticos a seguir.

Comer dentro ou fora da empresa?
Custo direto: vale-refeição e refeitório terceirizado na ponta do lápis
Do ponto de vista financeiro imediato, o vale-refeição (VR) é um benefício de valor fixo que a empresa destina mensalmente a cada colaborador para a compra de refeições. A vantagem aqui é a previsibilidade: fica claro no orçamento o quanto será gasto por colaborador a cada mês com o VR.
Não há necessidade de investir em infraestrutura ou gerenciamento interno de alimentação – a empresa apenas carrega os cartões ou distribui os créditos conforme a política definida. Em muitos casos, não existe um valor mínimo obrigatório por lei para o VR, a não ser quando um acordo sindical estipula um piso, então a organização tem certa flexibilidade para ajustar o benefício de acordo com sua realidade.
Além disso, a administração do vale-refeição costuma ser simples, realizada por meio de plataformas fornecidas pelas operadoras do cartão, o que reduz a carga de trabalho do RH nesse aspecto.
Por outro lado, manter um refeitório terceirizado implica considerar o custo por refeição servida aos colaboradores. Nesse modelo, normalmente há um contrato com uma empresa especializada em refeições coletivas, estipulando um valor por prato ou por funcionário atendido.
À primeira vista, pode parecer uma despesa maior devido à necessidade de infraestrutura (salão de refeições, cozinha ou copa, equipamentos etc.), mas é importante avaliar o cenário completo.
Em empresas com quadro grande de funcionários, o custo por colaborador é menor graças a economia de escala: preparar centenas de refeições diárias tende a ter um custo médio menor do que subsidiar individualmente cada colaborador com VR, considerando também eventuais descontos que a empresa terceirizada consegue em insumos pela compra em volume.
Além disso, parte dos custos de operação (como compra de ingredientes, gestão de estoque e contratação de pessoal da cozinha) é assumida pela empresa terceirizada. Muitos fornecedores especializados conseguem otimizar gastos e evitar desperdícios, repassando essa eficiência em forma de preços competitivos por refeição.
Não podemos esquecer dos custos indiretos: com o refeitório terceirizado, a empresa reduz despesas administrativas associadas ao controle de benefícios (por exemplo, taxas dos cartões de VR e gastos com reembolsos ou perdas de cartão).
Em resumo, do ponto de vista de custo direto, o vale-refeição oferece simplicidade e previsibilidade orçamentária, enquanto o refeitório terceirizado pode representar melhor custo-benefício a médio e longo prazo, sobretudo quando se aproveitam incentivos fiscais e ganhos de eficiência – assunto de que trataremos mais adiante.
Saúde em jogo: vale-refeição ou refeitório terceirizado, faz diferença?
O que os colaboradores comem diariamente reflete diretamente na saúde, bem-estar e até no desempenho profissional deles. Nesse contexto, a forma como a empresa oferece a alimentação pode influenciar bastante os hábitos alimentares. Com o vale-refeição, há possibilidade de escolha: cada funcionário decide onde e o que vai comer.
Em teoria, isso é positivo, pois acomoda preferências individuais. Entretanto, na prática, essa liberdade pode levar a escolhas menos saudáveis no dia a dia. É comum, por exemplo, que parte dos colaboradores opte por refeições rápidas de fast-food ou coma sempre em locais que cabem no valor do VR, mas que nem sempre oferecem opções nutritivas.

Quem resiste a um fast food no horario do almoço?
A falta de controle sobre a qualidade do que é consumido pode resultar em dietas desequilibradas – excesso de frituras, baixos teores de fibras, consumo insuficiente de vegetais –, o que a longo prazo afeta a saúde do trabalhador.
Mesmo no curto prazo, uma refeição pesada ou de baixo valor nutricional pode causar aquela sonolência ou queda de energia no meio do expediente, reduzindo a produtividade após o almoço.
Além disso, há situações em que o colaborador pode pular refeições ou comer de forma inadequada para economizar o vale, prejudicando sua disposição e concentração no trabalho.
No modelo de refeitório terceirizado dentro da empresa, por sua vez, é possível promover uma alimentação mais balanceada e adequada às necessidades dos funcionários.
Empresas de refeições coletivas geralmente contam com nutricionistas na elaboração dos cardápios, garantindo variedade de nutrientes e respeitando restrições alimentares.

Os colaboradores fortalecem seus laços durante o almoço.
Os menus podem ser planejados para oferecer refeições caseiras, saborosas e nutritivas, contribuindo para a saúde dos colaboradores. A curto prazo, isso significa trabalhadores mais satisfeitos e com energia estável ao longo do dia (quem nunca sentiu a diferença de produzir após um almoço leve e equilibrado versus um almoço pesado?).
A longo prazo, os benefícios incluem menor incidência de problemas de saúde relacionados à má alimentação, como obesidade, hipertensão e gastrites, o que se traduz em menos faltas por motivos médicos.

Uma alimentação equilibrada garante os nutrientes para uma manutenção saudavel do organismo.
Produtividade e qualidade de vida andam juntas: garantir uma boa refeição no trabalho mostra cuidado com o funcionário e pode até elevar o moral e o engajamento da equipe. Muitos colaboradores valorizam quando a empresa oferece uma estrutura de restaurante, pois enxergam isso como um investimento em seu bem-estar. Inclusive, pesquisas internas de clima frequentemente apontam alimentação como fator de satisfação.
Vale destacar que parceiros especializados, como a Master Kitchen, têm ampla experiência em montar cardápios balanceados e adequados ao público fabril, garantindo que o time esteja bem alimentado e pronto para encarar os desafios do dia. No nosso blog, já comentamos sobre os benefícios de oferecer uma alimentação balanceada na empresa – uma leitura recomendada para entender em profundidade os impactos positivos na motivação e na saúde dos colaboradores, e consequentemente nos resultados da empresa.
Quem controla melhor a qualidade?
Quando a empresa entrega o benefício via vale-refeição, ela transfere ao colaborador a responsabilidade de escolher onde comer e, indiretamente, confia aos estabelecimentos externos o preparo dessas refeições.
Isso significa que não há controle direto de qualidade por parte da empresa sobre os alimentos consumidos. Os funcionários podem acabar fazendo suas refeições em locais com padrões de higiene e qualidade variados – alguns excelentes, outros nem tanto.

Aquele cachorro quente no óleo de ontem garante a viroze e o atestado no trabalho de amanha.
Há riscos envolvidos: casos de intoxicação alimentar ou refeições mal preparadas podem ocorrer fora do ambiente corporativo, e a empresa pouco pode fazer além de orientar ou, em situações extremas, acionar órgãos fiscalizadores.
Também não é possível garantir a procedência dos ingredientes ou o valor nutricional das refeições adquiridas externamente. Em resumo, com o VR a companhia perde visibilidade e poder de controle sobre aquilo que seu colaborador está efetivamente ingerindo no dia a dia.

Muitos locais aceitam Vale-Refeição na compra de bebidas alcoolicas.
No modelo de refeitório terceirizado interno, o cenário é completamente diferente. A empresa, em parceria com a terceirizada, tem controle direto sobre a qualidade da alimentação servida. Isso começa na seleção do fornecedor: ao escolher uma empresa especializada e de confiança, você já se assegura de certos padrões.
Fornecedoras como a Master Kitchen, por exemplo, adotam rigorosos protocolos de higiene e segurança alimentar, seguindo legislações da Vigilância Sanitária e frequentemente possuindo certificações de qualidade (como ISO 9001 na gestão de processos) que atestam boas práticas;

Manter a temperatura em padrões rigorosos assegura a qualidade dos ingredientes.
Toda a cadeia – da compra de insumos ao preparo e armazenamento – pode ser monitorada. Ingredientes frescos, armazenamento adequado e cozinheiros treinados resultam em refeições mais seguras e padronizadas.
Além disso, com um nutricionista envolvido no processo, há controle de tabelas nutricionais e balanceamento dos pratos. A empresa cliente pode até participar da definição do cardápio semanal, solicitando ajustes conforme preferência dos colaboradores ou necessidades específicas (por exemplo, opções vegetarianas, redução de sal para um público com hipertensão etc.).

Para uma alimentação que vai além de comer, mas sim nutrir.
Caso surja qualquer problema de qualidade, a resolução é mais ágil: basta acionar a equipe terceirizada no local, que tomará providências imediatas, desde substituir um prato até rever processos.
Esse nível de controle e resposta rápida é praticamente impossível no modelo descentralizado do vale-refeição. Em suma, um refeitório terceirizado oferece tranquilidade ao gestor de RH/Compras no quesito qualidade alimentar, pois há transparência e controle sobre o que está sendo servido aos colaboradores diariamente.
Isso reforça a confiança de que a equipe está consumindo algo feito com carinho, dentro de padrões sanitários exemplares – um fator essencial para a saúde coletiva dentro da empresa.
PAT e impostos: vale-refeição ou refeitório terceirizado?
Uma diferença significativa entre simplesmente pagar vales e investir em refeições no local está nos benefícios fiscais do governo, especialmente através do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O PAT é um programa federal, de adesão voluntária, criado pela Lei nº 6.321/1976, com o intuito de estimular as empresas a oferecerem alimentação adequada aos seus empregados. Quando a empresa está inscrita no PAT e cumpre seus requisitos, ela pode obter incentivos fiscais importantes.
Um dos principais atrativos é a possibilidade de deduzir do Imposto de Renda parte dos gastos com alimentação subsidiada. Para empresas tributadas pelo Lucro Real (geralmente as de médio e grande porte), os valores investidos em programas de alimentação (seja via vale-refeição, vale-alimentação ou refeitório próprio/terceirizado) podem ser deduzidos em até 4% do imposto de renda devido. Ou seja, a empresa abate uma fatia considerável do imposto por estar cuidando da nutrição dos colaboradores, reduzindo o custo efetivo desse benefício.
Além disso, os montantes gastos dentro do PAT não são considerados salário para fins trabalhistas e previdenciários. Em outras palavras, sobre o valor do benefício alimentação oferecido conforme as regras do programa, a empresa não paga encargos sociais (INSS, FGTS etc.), nem ele é incorporado ao cálculo de férias ou 13º. Isso representa uma economia indireta significativa comparado, por exemplo, a dar o mesmo valor em dinheiro como aumento salarial.

Programa de Alimentação do Trabalhador.
Tanto o vale-refeição quanto o refeitório terceirizado podem ser enquadrados nas regras do PAT, desde que algumas condições sejam atendidas. No caso dos vales, a empresa deve inscrever-se no programa e garantir, por exemplo, que o benefício seja oferecido majoritariamente aos trabalhadores de menor renda (o PAT foi pensado para atender prioritariamente quem ganha até 5 salários-mínimos, embora empresas normalmente estendam a todos os funcionários) e que não haja desconto superior a 20% do valor da refeição no salário do colaborador.
Já para o refeitório interno, seja próprio ou terceirizado, é necessário contar com um responsável técnico (nutricionista) que elabore as ementas dentro dos padrões nutricionais recomendados pelo programa. Empresas terceirizadas sérias já estão acostumadas a atuar dentro do PAT e facilitam muito essa adesão, pois fornecem todos os dados e relatórios necessários de forma organizada.
Na prática, isso significa que optar pelo refeitório terceirizado não só melhora a alimentação dos funcionários, como também potencializa o aproveitamento dos incentivos fiscais existentes.
Caso sua empresa ainda não esteja no PAT ou queira entender melhor os passos para se adequar, vale a pena conferir nosso conteúdo sobre como cumprir o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), onde explicamos em detalhes as exigências e vantagens de aderir a esse programa governamental.
Implicações logísticas e de tempo. Vale-refeição ou refeitório terceirizado: quem reduz atrasos?
A logística envolvida em cada modelo de benefício também difere bastante e impacta diretamente a rotina dos colaboradores e da empresa. Com o vale-refeição, a logística para o RH é relativamente simples: contratar uma empresa de benefícios, distribuir os cartões aos funcionários e realizar as recargas mensais. No dia a dia dos colaboradores, porém, existe a questão do deslocamento para fazer as refeições.
Em regiões urbanas movimentadas (como grande parte do ABC e de São Paulo), sair da fábrica ou escritório no horário de pico do almoço pode significar pegar filas em restaurantes ou enfrentar trânsito até um centro comercial próximo. Esse deslocamento consome parte do tempo de intervalo do colaborador e pode gerar atrasos na volta ao trabalho, caso o local de refeição fique longe.

A necessidade de deslocamento no horario de almoço, além de gerar atrasos, não possibilita um descanso adequado para voltar as atividades do trabalho.
Mesmo quando não há atrasos, um almoço fora frequentemente toma mais tempo, reduzindo o período que o funcionário teria para descansar após comer. Isso sem contar o desgaste físico de se locomover – quem precisa andar vários quarteirões ou dirigir até um restaurante pode retornar mais cansado no calor ou sob chuva, por exemplo. Em resumo, o VR pode implicar perda de tempo produtivo e certo estresse logístico para o trabalhador, sobretudo em áreas industriais afastadas que não contam com muitas opções de restaurante por perto.

O melhor para recuperar as energias – uma boa vitamina D enquanto se faz a digestão da comida e uma calmaria que nutri a alma.
Já o refeitório terceirizado no local elimina praticamente esses inconvenientes. Os colaboradores fazem suas refeições dentro da empresa, num espaço reservado e adequado, sem perda de tempo com deslocamento externo. O intervalo de almoço tende a ser mais tranquilo: o profissional almoça e ainda consegue aproveitar o restante da pausa para repousar ou socializar, pois não gastou metade do tempo indo e voltando de algum lugar. Isso pode significar retorno mais pontual e até ganhos de produtividade no período pós-almoço, já que o colaborador está mais descansado.
Do ponto de vista da empresa, claro que há algumas necessidades logísticas a serem atendidas: é preciso dispor de um espaço físico para montar o refeitório (seja um salão simples com mesas ou uma área maior incluindo cozinha industrial, dependendo do porte). Entretanto, quando falamos de refeitório terceirizado, a maior parte da logística é cuidada pela empresa contratada. Ela se encarrega de trazer insumos diariamente, gerir estoques, preparar ou aquecer as refeições e servir, além de limpar o ambiente posteriormente.
Inclusive, se a organização não possui uma cozinha industrial instalada, existem soluções flexíveis como o serviço de refeições transportadas – nesse modelo, os pratos são preparados em uma cozinha externa da terceirizada e transportados em containers térmicos para serem servidos no refeitório da empresa.
Essa alternativa elimina a necessidade de montar uma cozinha completa no local, aproveitando apenas um espaço de refeitório para distribuição das refeições. Muitos gestores optam por refeições transportadas quando querem os benefícios do refeitório interno, mas têm limitações de espaço ou estrutura; é uma estratégia que combina conveniência com qualidade, garantindo refeições frescas entregues na hora certa aos funcionários.
Por fim, outro aspecto logístico a considerar é a cobertura de diferentes turnos. Em empresas fabris com turnos noturnos ou operações 24/7, o vale-refeição pode se tornar problemático, pois à noite muitos restaurantes estão fechados e os trabalhadores podem ter dificuldade em usar o benefício. Um refeitório terceirizado consegue atender todos os horários, inclusive de madrugada, garantindo alimentação para equipes noturnas sem complicações.
Em termos de abastecimento e operação, a terceirizada ajusta a logística (horário de cozinheiros, fornecimento de alimentos) para cobrir todos os turnos contratados. Ou seja, do café da manhã ao jantar ou ceia da madrugada, há flexibilidade para servir os colaboradores conforme a escala de trabalho deles. Essa coordenação de horários e volumes fica a cargo do fornecedor, aliviando a empresa contratante de preocupações operacionais. Logística e tempo, portanto, pesam a favor do refeitório interno: menos tempo perdido, mais comodidade para o funcionário e uma operação desenhada sob medida para a realidade da empresa.
Compliance legal. NR-24 e PAT: adequação de vale-refeição ou refeitório terceirizado
Por fim, é fundamental analisar a questão do cumprimento das leis e normas – o compliance – em cada alternativa, para garantir que a empresa esteja sempre dentro da legalidade ao oferecer o benefício de alimentação. Em relação à legislação trabalhista brasileira, vale lembrar que não existe uma obrigatoriedade geral de fornecer vale-refeição.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não exige das empresas o fornecimento de VR ou VA, salvo se houver convenção coletiva da categoria prevendo esse benefício específico. Ou seja, em muitos casos a empresa oferece o vale por política de benefícios e para se tornar mais atrativa aos funcionários, não por imposição legal direta. Já no que diz respeito a oferecer alimentação no local, há normas regulamentadoras que tratam das condições de conforto e higiene nas empresas.
A NR-24 do Ministério do Trabalho, por exemplo, estabelece que em estabelecimentos com mais de 300 empregados é obrigatória a existência de um refeitório adequado nas dependências da empresa (regulamento NR-24 em pdf). Para companhias entre 30 e 300 empregados, a lei não exige um refeitório completo, mas determina que seja garantido um local apropriado para as refeições (pode ser uma copa, sala de almoço, etc., com mesas, assentos, ventilação e limpeza).

Mantemos padrões rigorosos de higiene e contamos com uma equipe sempre sorridente.
Portanto, empresas muito grandes acabam sendo compelidas a ter um espaço de refeição interno de qualquer forma – ainda que optem por dar vale-refeição, não poderiam simplesmente deixar de oferecer um local decente para o colaborador comer (não é permitido, por exemplo, que ele faça as refeições na própria estação de trabalho em ambientes insalubres ou impróprios). No caso de fábricas do ABC e região de São Paulo, muitas já seguem essa prática há anos por questões culturais e legais, mantendo refeitórios mesmo com menos de 300 funcionários, visando conforto e evitando problemas com fiscalizações trabalhistas.
No âmbito do PAT (que mencionamos na seção anterior), há também exigências legais específicas. A empresa participante deve respeitar critérios nutricionais, não utilizar o benefício como substituto de salário ou premiação, e manter registros do programa de alimentação. É importante seguir as portarias e decretos atuais (por exemplo, o Decreto 10.854/2021 consolidou diversas regras trabalhistas e também tocou no PAT).

A fiscalização observa os minimos detalhes para assegurar a saude do trabalhador.
A boa notícia é que, ao terceirizar o restaurante corporativo, grande parte dessas obrigações documentais e sanitárias são atendidas pela própria empresa fornecedora. Ela já opera dentro das normas, conta com alvarás de vigilância sanitária, nutricionistas responsáveis e toda documentação necessária. Cabe à empresa contratante verificar esses requisitos no momento de fechar contrato – o que faz parte do due diligence normal ao contratar qualquer serviço.
Um parceiro confiável vai assegurar que todas as obrigações fiscais, trabalhistas e sanitárias relativas à operação do refeitório estejam em dia. Por exemplo, a terceirizada cuida do registro e treinamento de seus cozinheiros e auxiliares conforme a legislação, do cumprimento das normas de segurança alimentar, do fornecimento de EPIs para a equipe da cozinha, etc. O RH, assim, não precisa se preocupar em gerir diretamente esses pontos, apenas em fiscalizar através de indicadores e relatórios que tudo está conforme o combinado.
Falando ainda em compliance, há questões recentes como o eSocial – o sistema unificado do governo para registros trabalhistas e previdenciários.
Quando a empresa mantém funcionários próprios numa cozinha interna, ela precisa incluí-los no eSocial e cumprir toda burocracia de folha, encargos e eventuais insalubridades desse pessoal. Já ao terceirizar, essa parte fica a cargo da contratada (os colaboradores do restaurante são empregados da prestadora de serviços).

A Master Kitchen, com 39 anos no mercado tem orgulho de contar com uma fiel e dedicada equipe.
O contrato comercial entre as partes deve prever cláusulas de compliance, mas de modo geral, é menos um detalhe operacional para o RH se preocupar no dia a dia. Inclusive, temos em nosso blog um artigo explicando a importância do eSocial na contratação de terceirizados, que pode ser útil para entender como assegurar que a terceirização ocorre de forma alinhada às obrigações legais.
Em síntese, do ponto de vista legal, ambas as modalidades podem ser implementadas de forma absolutamente compliance – basta observar as leis vigentes. O vale-refeição requer atenção a acordos coletivos e às novas regras de utilização (em 2023, por exemplo, regulamentou-se que o saldo de VA/VR deve ser aceito em qualquer estabelecimento cadastrado em qualquer bandeira, ampliando a concorrência entre operadoras).
O refeitório terceirizado requer atenção às normas de saúde e segurança, mas conta a favor o fato de poder ser necessário (em empresas grandes) e de a responsabilidade direta recair sobre especialistas do setor de alimentação. Com um fornecedor qualificado, a empresa contratante fica tranquila quanto a auditorias e fiscalizações, pois estará cumprindo tanto a NR-24 quanto as obrigações do PAT, sem correr riscos trabalhistas ou sanitários.
Conclusão: qual é a melhor opção?
Depois de analisar todos esses aspectos – custos, saúde, qualidade, incentivos fiscais, logística e compliance – fica claro que a escolha entre vale-refeição ou refeitório terceirizado depende das prioridades e circunstâncias de cada empresa. O vale-refeição tende a ser uma solução prática e já conhecida pelos funcionários, dando liberdade de escolha e exigindo pouco esforço operacional da companhia.
Já o refeitório terceirizado representa um cuidado maior com a alimentação do time, trazendo benefícios em bem-estar, integração e possivelmente até redução de custos no longo prazo, especialmente para empresas com muitos colaboradores ou localizadas em regiões com poucas opções de restaurante.
Muitos gestores de RH e Compras acabam concluindo que, se houver viabilidade de espaço e orçamento, oferecer a refeição internamente de forma terceirizada é um investimento com retorno – trabalhadores mais saudáveis e satisfeitos, menos turnover, aproveitamento de incentivos fiscais e melhoria na produtividade diária.
Por outro lado, há casos em que o VR pode ser mais adequado, por exemplo em empresas muito pequenas ou equipes distribuídas, onde montar um refeitório não faria sentido.
O mais importante é fazer uma análise sincera da sua realidade: quantos colaboradores você tem, quais os hábitos e necessidades deles, onde a empresa está situada, qual o custo atual do benefício e que objetivos se quer alcançar (reduzir despesas, melhorar a saúde do pessoal, cumprir alguma exigência legal, etc.).

O nosso estoque é um lugar alegre na empresa, porque trabalhamos com quem faz tudo com carinho.
Coloque os prós e contras na balança, como fizemos aqui, e avalie o que pesa mais. Lembre-se de que não precisa tomar essa decisão sozinho. Se você ainda está em dúvida sobre qual caminho seguir, vale a pena conversar com especialistas ou mesmo com outras empresas que já passaram por esse processo de decisão.
A Master Kitchen, por exemplo, está à disposição para tirar dúvidas e compartilhar experiências sobre implantação de restaurantes corporativos terceirizados. Temos cases de indústrias na região do ABC que migraram do vale-refeição para o refeitório interno com sucesso, e entendemos os desafios e melhores práticas de cada modelo.
Sinta-se convidado a entrar em contato conosco para um bate-papo sem compromisso – será um prazer ajudar você a encontrar a solução de alimentação corporativa mais vantajosa para a sua empresa e, claro, para seus colaboradores, que são o recurso mais importante de todos.